segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cyberwar

por Marcio Nejaim

Um grupo de piratas se infiltrando em empresas de espionagem digital que trabalham para grandes indústrias. Parece enredo de filme de ficção científica mas isso vem acontecendo há algum tempo na Internet.

O sucesso do Napster foi seguido pela popularização das redes P2P (peer-to-peer) onde milhares de usuários podem compartilhar arquivos (legalmente ou não) pela Internet. Depois de algum tempo marcando bobeira, as grandes gravadoras (Universal, Sony, etc) começaram a perceber o prejuízo envolvido e iniciaram uma vendeta contra essas redes na esperança de erradicar o escambo digital.

Mais de uma década depois, o que presenciamos atualmente são grandes corporações que faturam bilhões de dólares sendo continuamente envergonhadas por jovens que moram na casa dos pais motivados apenas pela liberade de trocar seus arquivos. Muitos sites e serviços foram derrubados e fechados, mas para cada um que cai, dois novos aparecem.

É uma guerra impossível para as gravadoras. Quem se lembra do investimento bilionário que foi feito para a proteção e regionalização dos DVD's ? Era um sistema caríssimo antipirataria que durou alguns meses e sucumbiu à inventividade de um garoto de 16 anos (Jon Lech Johansen aka DVD John).

Em outro episódio, uma empresa chamada Media Defender que tem contratos com grandes gravadoras para "envenenar" as redes P2P teve 700Mb de emails publicados online quando um hacker invadiu uma conta de email de um de seus funcionários.

Não bastasse a vergonha desse comprometimento de sua segurança,  os emails expuseram uma série de informações extremamente embaraçosas para a empresa. Desde endereço residencial de funcionários, salários, valores cobrados das gravadoras nos contratos e inclusive o planejamento e falha da criação de uma rede P2P (MiiVi) com o intuito de colher informações dos usuários e processá-los criminalmente.

Não se iludam, uma guerra está ocorrendo por trás de nossas contas de email e perfis no Facebook. As gravadoras continuam insistindo em seu modelo moribundo de distribuição e os usuários do P2P e recusam a abandonar a pirataria. Nenhum lado pode ganhar e o resultado eventualmente será algo no meio das duas práticas. Até lá bilhões serão gastos tentando evitar o que qualquer garoto de 16 anos sabe ser inevitável. Novos sites serão derrubados, outros serão criados e a troca continuará.

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