domingo, 7 de novembro de 2010

Overdose Digital

Não há dúvidas que a droga do futuro está nos meios eletrônicos e o computador é a seringa. Somos estimulados desde pequenos a utilizar os maravilhosos recursos da era digital. Vemos crianças de dois anos operando iphones com destreza impressionante e imaginamos se a utilização de eletrônicos não está impressa em algum lugar do nosso DNA.

Infelizmente as facilidades do mundo digital podem se tornar um problema quando deixamos o excesso, sempre ele, tomar conta de nossos hábitos.

Existem diversos casos relatados de vício em jogos de computador, com adolescentes e jovens que chegam a passar 38 horas em frente a uma tela, sem cuidar da higiene pessoal e sem alimentação decente.




Fábio Barbirato, chefe do Setor Infantil da Psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia  confirma  a semelhança sintomática entre usuários de drogas e viciados em jogos eletrônicos, videopoker ou bingo. Essa semelhança revela que os sintomas básicos do vício estão relacionados a fatores psicológicos e comportamentais.

O mecanismo de recompensa embutido em nossos cérebros e que nos dá prazer quando obtemos sucesso é atraído pela recompensa relativamente rápida oferecida pelo sucesso em jogos. Algumas pessoas ficam presas nesse frenesi de sucessos que oferecem tanto orgulho quanto o tempo que duram para ser conquistados.

Ao passo que um curso superior leva cerca de 5 anos para ser completado, um reino inteiro pode ser conquistado em uma batalha de 6 horas. Enquanto as habilidades na vida real demoram anos para ser aprimoradas, algumas horas de treinamento tornam seu avatar ultraforte. O que dificilmente os adolescentes enxergam é que eles vão curtir o seu avatar por algumas semanas, mas um curso superior é para toda vida.

Para Barbirato o desafio maior é ensinar os pais a educar crianças numa era repleta de eletrônicos que eles nem sequer conhecem ou tiveram qualquer educação a respeito. Esse vai ser o desafio dessa Overdose Digital.

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